Chicko Souza, fundador da startup Plataforma Verde, percebe uma grande discrepância ao comparar a atividade de logística reversa automotiva por aqui com outros países. “A Suécia, por exemplo, já efetuava a logística reversa desde a década de 1970 e 1980.”
Helma Souza Pinto pontua que, em países mais desenvolvidos, a questão da reciclagem e da logística reversa já estão melhor incorporadas no dia a dia das pessoas e nas práticas empresariais, seja por adequação às leis, seja para solucionar problemas como falta de espaço físico para destinação incorreta de resíduos. “No Japão, o comprador de um carro novo já paga por uma taxa destinada à reciclagem dos componentes no fim da vida útil do veículo. Em 2016, mais de 90% de todos os pneus usados eram reciclados ou tinham destinação ambientalmente correta. Números como esses só são superados por países como a Alemanha, onde praticamente 100 recebem a devida destinação após o fim da vida útil”, explica.
Rufino destaca que “em países europeus, asiáticos ou na América do Norte, a taxa de desmobilização da frota nacional como veículo em final de vida varia entre 3% a 6% anualmente, enquanto no Brasil não há registro de nada além de 0,5% ao ano”. O fundador explica que veículos no final de vida (VFV) são caracterizados como qualquer veículo que deixa de circular. “Seja por razões técnicas como colisão e idade, seja por questões administrativas como bloqueios, dívidas e tributos, seja por motivos mercadológicos como depreciação avançada e configurações específicas, temos um mercado endereçável que supera os R$ 40 bilhões no Brasil e não acreditamos que ele gere mais de R$ 3 bilhões atualmente, mesmo considerando a fatia ilegal dessa receita”, diz.
O fundador da Plataforma Verde ressalta que, como mercado, temos ainda muito a amadurecer. E acrescenta: “como já temos os ensinamentos passados do que foi muito aplicado, eu acredito que vamos ter, primeiro, um momento de consolidação do mercado, e, em uma segunda onda, o desenvolvimento de inovações na logística reversa veicular”.