Por que a introdução de tecnologia para o ganho de eficiência é uma solução não só bem-vinda, mas extremamente necessária para melhorar a produtividade e alavancar os resultados da construção civil.
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Como introduzir uma inovação em uma cadeia de processos que opera da mesma forma há anos? Essa indagação surgiu diversas vezes durante uma conversa promovida pela Liga Ventures com especialistas sobre o uso de robôs na construção civil, mais especificamente nos canteiros de obras.
Já há alguns anos, o setor vem apresentando um resultadoaquém do esperado. De acordo com dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Sindicato da Indústria da Construção de São Paulo (Sinduscon-SP), que serão esmiuçados no último capítulo deste Panorama, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor deve crescer 2% em 2022 — uma desaceleração perante os quase 8% em 2021.
Em termos globais, os resultados também não são dos melhores. Segundo relatório de 2017 da McKinsey Global Institute, nos últimos dez anos, menos de um quarto das empresas de construção corresponderam ao crescimento da
produtividade alcançado nas economias gerais em que trabalham.
Diante desse cenário, a introdução de tecnologia para omganho de eficiência, à primeira vista, seria uma solução não só bem-vinda, mas extremamente necessária para melhorar a produtividade e alavancar os resultados da construção civil. Porém, quando o cenário é o dos canteiros de obra, o debate
e mostra um pouco mais complexo.
Ainda que já existam robôs operando no mundo para trazer não só otimização de tempo e recurso, mas segurança para as atividades de construção, o Brasil segue enfrentando barreiras para incorporar a robótica nos canteiros de obra.
O alto custo de implantação — a mão de obra na construção civil ainda é uma dasmais baratas, conforme detalhado no segundo capítulo — e o tradicionalismo do segmento se mostram como os principais obstáculos a serem superados. Para isso, é necessária uma transformação dos trabalhadores responsáveis pelo dia a dia no canteiro de obras, mas também da alta liderança, dos decisores.
Para analisar esse panorama, o OPENLIGA, plano de assinatura da Liga Ventures que ajuda a impulsionar a inovação por meio da apresentação de startups, networking, informações e posicionamento de mercado, convidou três especialistas para debaterem suas ideias em um evento online exclusivo.
Alexandre Harayashiki, professor e engenheiro em controle e automação do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT); Luciana Hergo, head de inovação da construtech Ambar; e Diogo Fonseca, CEO da Nova Tecnologia, discutiram o apego da construção civil ao tradicionalismo, a falta de visão de investimento no longo prazo, a demanda urgente por ganho de eficiência e suas experiências com a automação nos canteiros. Um debate que não é simples nem fácil, mas que se mostra cada vez mais necessário para um futuro mais próspero do segmento.
Boa leitura!