Confira a entrevista do Liga Insights com Pedro Daniel, Diretor de Esportes, Mídia e Entretenimento na E&Y e coidealizador do Arena Hub
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Pedro Daniel, Diretor de Esportes, Mídia e Entretenimento na E&Y e coidealizador do Arena Hub, foi um dos entrevistados para o estudo Liga Insights Sports Techs, lançado em março de 2020. Durante a entrevista, ele falou sobre a maturidade das sports techs brasileiras.
O estudo completo está disponível para download neste link.
A Arena Hub é um centro de inovação e fomento ao empreendedorismo, que visa desenvolver a indústria do Esporte, Mídia e Entretenimento. Já a EY é uma das dez maiores empresas de serviços do mundo, presente em 150 países, em 728 escritórios, e com mais de 231 mil funcionários.
Com passagens por grandes empresas e pelo universo acadêmico na área de gestão esportiva, Pedro Daniel é diretor da EY desde 2018 e um dos idealizadores da Arena Hub. O executivo é graduado em administração e economia pela PUC-SP.
Confira a seguir a entrevista na íntegra:
Pedro Daniel (PD) – Estamos tendo uma transformação, em várias indústrias, quando pensamos no mercado de startups. Se formos comparar as startups de educação, fintechs, hrtechs, ainda estamos em um grau muito baixo de maturidade no universo de esportes, até porque essas indústrias são mais consolidadas, mais profissionalizadas. A boa notícia é que cada vez mais vemos o aumento da demanda por novas tecnologias no mercado esportivo.
PD – A abertura do mercado ainda é muito aquém do potencial tecnológico que o país pode oferecer. A indústria ainda carece de maturidade para que a tecnologia possa transformá-la, como acreditamos que ocorrerá. A indústria esportiva, aliás, tem um grau de maturidade semelhante às Sports Techs: estamos falando de um cenário inicial de profissionalização.
PD – Falando de marcas globais, a pergunta que os gestores dos clubes devem fazer é: quais os mercados eu consigo atingir? Na Premier League, o jogo premium da rodada acontece no horário do almoço. E por quê? Porque neste horário ela consegue extrapolar o mercado local e atingir consumidores globalmente. No Brasil, discutimos muito essas questões, mas ainda não praticamos. Não faz sentido falar que vamos internacionalizar nosso futebol, quando colocamos nossos jogos premium na quarta às 22h, pois não vamos atingir outros mercados. O grande desafio dos clubes brasileiros, em termos de engajamento, é serem eficientes dentro da realidade do futebol nacional: embora haja um teto de mercado, deve-se pensar em como expandir este “bolo” mercadológico.
PD – Há algumas tendências mais evoluídas. As tecnologias de fan engagement; automação de recursos internos; mapeamento de scout, por exemplo. No Brasil, CRM e performance de atletas são as tecnologias mais desenvolvidas, a meu ver. Startups de e-games também já contam com um grau interessante de maturidade.
PD – Nossos projetos envolvem práticas de governança, gestão, viabilidade financeira e, no esporte, temos um portfólio amplo. Atuamos com todos os clubes da série A direta ou indiretamente, pois estamos com a CBF em diversos projetos. Também com a FPF, Confederação Paralímpica, sempre com foco em transparência e práticas de gestão.
PD – Fizemos alguns benchmarkings, com centros de inovação para o esporte ao redor do mundo. Na América Latina, nosso projeto é pioneiro. Chegamos para fortalecer o ecossistema, para que se desenvolva o mercado e crie-se uma situação propícia de negócio para todos os stakeholders da indústria esportiva.