12 de setembro de 2022 Entrevistas

Carlos Augusto de Oliveira, Diretor de Tecnologia da ABBC

Confira entrevista do Liga Insights com Carlos Augusto de Oliveira, Diretor de Tecnologia da ABBC, sobre as oportunidades geradas no campo do Open Banking

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Carlos Augusto de Oliveira, Diretor de Tecnologia da ABBC, foi um dos entrevistados para o estudo Liga Insights Open Banking, lançado em julho de 2019. Durante a entrevista, ele comentou o papel das fintechs dentro do movimento de Open Banking.

O estudo completo está disponível para download neste link.

Surgida em 1983, a ABBC (Associação Brasileira de Bancos) tem como intuito contribuir com o ambiente financeiro e a indústria bancária do país, bem como, trazer benefícios para os associados do grupo e contribuir com o desenvolvimento da economia nacional. Atualmente, a ABBC conta com 80 associados.

Carlos Augusto de Oliveira tem ampla experiência na indústria bancária brasileira e, desde 2016, é Diretor de Tecnologia da ABBC. Bacharel em Engenharia Mecânica pela UFRJ e em Sistemas de Informação pela PUC-RJ, Oliveira possui MBA pela UFRJ.

Confira a seguir a entrevista na íntegra:

Liga Insights (LI) – Qual o papel da ABBC dentro da discussão de Open Banking no Brasil?

Carlos Augusto de Oliveira (CO) – A ABBC faz interlocução com o Banco Central com relação a melhorias na regulação para poder propiciar o aumento de eficiência do sistema financeiro. Temos como objetivo aproximar os bancos associados ao regulador e às oportunidades de mercado, de forma que eles possam competir dentro desse cenário que será construído. Estamos discutindo esse assunto com os associados para mostrar que o Open Banking deve ser encarado como uma oportunidade, sendo uma ameaça para quem não aderir.

Nós temos grupos técnicos de discussão e participamos dos fóruns do BACEN representando a ABBC, já que a interlocução está sendo feita via associações representativas. Como os padrões de operação do Open Banking vão ficar sob autorregulação dos bancos, temos uma participação importante para garantir soluções adequadas às necessidades do mercado e dos nossos associados.

 

LI – Como você está enxergando esse movimento, em relação às oportunidades?

CO – Existe uma grande oportunidade de os bancos poderem se integrar com fintechs para oferecer uma camada de apresentação muito mais intuitiva e uma melhor experiência aos clientes. Possibilita também que eles façam parcerias com empresas de fora do segmento financeiro, estendendo um pouco o serviço tradicional com ofertas complementares.

Outra grande oportunidade é para o Varejo, por exemplo, oferecer serviços financeiros. Hoje, esse segmento atende o cliente, vende produtos, e, com o Open Banking, poderia financiar a compra de produtos, disponibilizar um cartão e serviços que, até então, não conseguia. Além disso, os serviços financeiros no Brasil ainda são muito caros e muitas vezes complicados. O Open Banking deve simplificar bastante os processos e certamente vai reduzir preços, porque vai facilitar o acesso dos clientes e aumentar a competição.

LI – Qual tem sido a postura dos bancos em relação a isso?

CO – Alguns estão à frente, construindo APIs, mesmo que sem um padrão formal estabelecido, estão em contato com fintechs, mudando a experiência do cliente. Outros estão acompanhando o mercado, se preparando, mas no ritmo da regulamentação.

E há aqueles ainda estão sem saber o que fazer, esperando, porque não querem investir sem saber exatamente o que vai acontecer. Não existe uma visão única, nem uma estratégia consensada. A boa notícia é que vários deles estão se preparando muito bem e todos estão de alguma forma atentos ao projeto.

 

LI – Quanto à sinalização do BACEN de que haja uma autorregulação, você vê isso como algo positivo? Não poderia acabar havendo uma certa “negligência” por parte dos atores do mercado?

CO – No geral, vejo como algo bem positivo, à medida que não engessa algo que precisa ser dinâmico e não estabelece, dentro da regulamentação, padrões que possam envelhecer muito rapidamente, ou mesmo definir modelos operacionais burocráticos, que não atendam às necessidades do mercado. No entanto, existe uma preocupação em função do tamanho e complexidade do mercado, em que players possuem interesses muito distintos.

O desafio é como chegar a um consenso em um mercado com essas características. O Bacen está atento a isso. Mas eu acho que foi a melhor decisão, à medida que ele não conseguiria ter recursos e domínio suficientes para poder desenhar os procedimentos e padrões no nível de detalhe necessário para o pleno funcionamento do ecossistema de Open Banking.

Confira o estudo completo Liga Insights com o tema Open Banking!

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