6 de outubro de 2022 Artigos

O que são embaixadoras e embaixadores da inovação nas empresas?

O termo “inovação” não é nenhuma novidade no cenário empresarial, entenda como colocar em prática na sua corporação.

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O termo “inovação” não é nenhuma novidade no cenário empresarial, sendo uma prática inerente à evolução dos negócios ao longo do tempo. Porém, desde o final dos anos 1990 e início dos anos 2000, cada vez mais esta palavra veio ganhando relevância nas discussões do mercado, se tornando até um motivador de valorização das empresas.

Pelo nosso ponto de vista, uma convergência de fatores é responsável por esse ganho de força nesta pauta, mas todos eles motivados pelo avanço de uma alavanca chamada tecnologia da informação e sua democratização.

Para não ampliar muito o espectro de análise neste texto, vou focar somente nos desdobramentos que esta alavanca e que esta pauta estão causando nas organizações em termos de cultura, gente e desenvolvimento humano.

A democratização da tecnologia

Você já deve ter ouvido falar (ou lido), principalmente nos últimos tempos, o adjetivo “Exponencial”. Por definição, exponencial é uma função matemática onde um determinado fator ou número é elevado a outro repetida vezes, resultando em uma curva de crescimento rápido e muito acentuada.

Pois bem, de uma forma não só matemática, mas também filosófica, a tecnologia da informação criou ambientes e oportunidades capacidades exponenciais, inclusive reinventando a si própria no sentido de se tornar democrática, disponível e possível de se aprender, até por conta própria. 

Daí deste contexto, milhões de pessoas passaram a ter, mais próximas de si, a capacidade de inovar, criar e desenvolver, seja para um objetivo externo ou interno, para resolver suas dores ou a dos outros, e até criar novos modelos e mercados, gerando um efeito exponencial.

Passados aproximadamente 20 ou 30 anos do início deste processo, hoje, nossa capacidade de resolver problemas é muito maior e rápida do que ontem, e será menor do que amanhã, pois a curva continuará a subir acentuadamente, agregando novas competências e novos entendimentos de mercados existentes e novos que ainda não são considerados hoje.

A inovação nas empresas e a Inovação Aberta

Diante deste contexto em que estamos vivendo, a velocidade de entendimento dos fatos e movimentos, e a capacidade de entendê-los, resolver questões e prever cenários futuros se tornou uma condição necessária para o desenvolvimento dos negócios.

Segundo um estudo produzido pela Innosight, a expectativa de vida de uma empresa reduziu em mais de 50% quando comparado com a década de 70 aos dias atuais. Em outras palavras, uma companhia que nasceu em 2022 tem uma expectativa de vida entre 15-20 anos, conforme vocês podem observar no gráfico abaixo.

inovação nas empresas

Mais uma vez, essa dinâmica se acelerou também motivada pela “Era da Informação” em que vivemos, onde o poder de entendimento e resolução de uma demanda se tornou ainda mais possível para novos entrantes e em um mercado cada vez mais dinâmico em termos de vontades, propósitos e prioridades.

A resposta para aumentar a longevidade? Inovar rápido.

Para isso, de uma forma bem simplista, a sua empresa é capaz de mexer em duas variáveis:

  1. Estimular mais inovações dentro de casa, aumentando o volume de tentativas e, consequentemente, o número de soluções;
  2. Abrir as fronteiras da sua empresa, aumentando a capacidade de interação com o ambiente externo para praticar a inovação com outros agentes do mercado – A Inovação Aberta.

inovação aberta

Vamos continuar, agora dando mais foco às pessoas envolvidas nestas frentes.

Inovação não é foto. É hábito.

Em um cenário com tamanho dinamismo e com diversas oportunidades, mas também ameaças, a resposta precisa ser dada de forma estrutural e constante.

Infelizmente, ou felizmente para os bons praticantes, a inovação não pode ser tratada como uma iniciativa pontual que por efeitos diversos e não controlados, vão gerar um resultado impactante. Inovação é hábito e exige processo, continuidade e dedicação de recursos – humano, de tempo e financeiro.

Desta forma, você consegue estimular o ambiente a criar uma onda favorável ao sucesso de uma tentativa, e não a matar ideias no ninho ou desestimular a organização por fazer que os inovadores se sintam “pregando no deserto” ou “cavaleiros solitários”.

Uma boa cultura de inovação é aquela capaz de criar “Indianas Jones e Laras Croft”, motivados por resolver os desafios e irem até o final destas jornadas de inovação. Uma organização inovadora é aquela que tem uma boa cultura de inovação e que disponibiliza ferramentas para que as inovações aconteçam.

Tendo em vista a dedicação humana e a resposta estratégica necessária a este novo cenário, uma das principais chaves neste momento para se colher bons resultados é possibilitar que na sua empresa, o ambiente, a cultura e as práticas / metas tenham como premissa a inovação.

Embaixadoras e Embaixadores da Inovação: Tornando uma empresa inovadora

Para finalizar essa reflexão com vocês, a esta altura já ficou claro que a Inovação trata de pessoas e o quanto eu (empresa) as potencializo para serem inovadoras, como uma prática e uma competência contínua e necessária para o desenvolvimento organizacional e de mercado.

Encarando os fatos, precisamos então que nossas empresas abram os caminhos necessários, tanto internos quanto externos, que irão passar necessariamente por pessoas e lideranças, responsáveis por validar ou legitimar uma eventual mudança.

Em 2019-20, nosso time de Insights da Liga Ventures conduziu uma pesquisa com mais de 600 colaboradores de empresas de diversos portes, em parceria com a Gupy, com o objetivo de mapear como a inovação era percebida e praticada no dia a dia das diversas áreas.

Como resultado, verificamos:

  • Na média, apenas 20% das pessoas consideram sua empresa realmente inovadora;
  • E que este número variou positivamente para quase 50% nos níveis executivos;
  • Caindo para quase 10% na faixa de Analistas e Coordenadores.

pesquisa inovação aberta

E como esperar que o resultado seja o esperado de uma empresa inovadora? Preparando e munindo estas pessoas e lideranças com os recursos e conhecimentos necessários para serem catalisadores (lembrem-se do dinamismo e da exponencialidade do mercado) da inovação – as Embaixadoras e Embaixadores da Inovação.

Quanto mais gente espalhada dentro da organização, sendo capaz de convergir, ouvir, amplificar e direcionar a inovação, maior a probabilidade de sucesso nos avanços internos e externos que sua empresa pode e precisa ter. Aqui também é uma questão matemática.

Por isso, nestes 7 anos de atuação neste segmento, nós da Liga Ventures conseguimos observar e sintetizar as melhores práticas para que as Embaixadoras e Embaixadores possam performar como agentes de transformação e inovação dentro das organizações, criando um programa de formação estruturado que passa pelos seguintes módulos:

  • Ecossistema de inovação: um giro nos principais conceitos que permeiam inovação, agentes do ecossistema, mecanismo de fomento e resultados práticos gerados no mercado.
  • Mapeamento de dores e oportunidades: ensinamento dos principais mecanismos de empatia e exploração para encontrar espaços inexplorados para aplicação de inovação.
  • Definição e priorização de dores e oportunidades: foco no que importa é imprescindível e a partir do módulo anterior é feita a priorização dos temas mais relevantes para seguirmos.
  • Como encontrar boas soluções: seja por scountig de startups ou pela criatividade dos próprios colaboradores, passamos por ferramentas práticas de geração e seleção de ideias e soluções, inclusive no relacionamento com startups.
  • Como testar soluções: como solução no papel não vale nada, é nesse módulo que o pensamento experimental ganha forma por meio de conceitos como PoC, MVP e validação de hipóteses. Aqui novamente temos um tópico separado para o teste de soluções com startups.
  • Demoday de formação: ao final do programa os embaixadores apresentam um Pitch de Conclusão do Curso com uma jornada prática aplicando toda a teoria aprendida.

É importante ressaltar que a metodologia do curso parte da aprendizagem ativa, o que significa que durante todos os módulos mesclamos mecanismos como painéis, debates, apresentação de cases e atividades práticas para complementar a tradicional aprendizagem passiva de sala de aula.

Para conhecer nosso programa de intraempreendedorismo, basta clicar aqui.

Espero que a leitura e a reflexão tenham sido proveitosas e que isso se reflita também em boas conversas e ações para que a sua organização se torne ainda mais inovadora.

Artigo escrito por: Raphael Augusto, sócio-diretor da Liga Ventures

LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/rhaugusto/