12 de setembro de 2022 Artigos

Roberto Portella, CIO do Valor Econômico

Confira o que Roberto Portella, do Valor Econômico, fala sobre a importância dos CIOs dentro do processo de transformação digital nas empresas

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Roberto Portella, Diretor de Estratégia Digital dos jornais e revistas do Grupo Globo & CIO do Valor Econômico, foi um dos profissionais entrevistados para o estudo Liga Insights IT Startups, lançado em julho de 2018. Durante a entrevista, Portella comentou sobre a importância dos CIOs (Chief Information Officer) na transformação digital das empresas. Além disso, falou sobre como as startups podem auxiliar nesse processo e o que considera necessário para que novos negócios sejam interessantes sob o olhar do mercado.

O estudo completo está disponível para download neste link.

O Grupo Globo é um dos maiores e mais importantes grupos de comunicação brasileiros.

Roberto Portella é graduado em Administração pela USP (Universidade de São Paulo), com pós-graduação também em Administração pela FGV. Passou por empresas como Unibanco, Estadão e Grupo Pão de Açúcar. Atualmente, é Diretor de Estratégia Digital dos jornais e revistas do Grupo Globo.

Confira a seguir a entrevista na íntegra:

Liga Insights (LI) – Qual o papel dos CIOs nesse momento de transformação das organizações?

Roberto Portella (RP) – Estamos vivendo um momento de oportunidade única para que os CIOs assumam de fato um papel mais estratégico nos negócios. Isso porque são profissionais com grande domínio de tecnologia e alto conhecimento dos processos de negócio da organização. Hoje tudo depende de TI e tudo passa por sistemas digitalizados que suportam o crescimento, garantem a operação, o compliance, a confiabilidade, a agilidade e a eficiência.

Além do fato de já atuarem com inovação e possuírem expertise no desenvolvimento e implantação de grandes projetos. Isso exige alta capacidade de articulação com as diversas áreas da empresa e fortíssima orientação a resultados. Entretanto, considerando que a maioria dos CIOs vêm de uma formação com visão mais próxima da engenharia, muitas vezes são mais processuais, necessitando desenvolver rapidamente a habilidade de falar a língua do business e apresentar soluções digitais conectadas com a visão de crescimento dos negócios, influenciando as organizações nesta nova trajetória.

LI – Como você acha que o CIO pode ajudar a catalisar essas mudanças culturais para um processo de inovação corporativa?

RP – As competências que os CIOs possuem hoje são grandes ferramentas que o ajudam a desempenhar uma liderança como essa. Mas eles ainda precisam se aproximar de um novo e importante elo da cadeia de valor, que são as startups. É necessário entender melhor como elas funcionam e como conectá-las com as organizações tradicionais, gerando valor. Isso, porque, embora a inovação não vá ocorrer só por meio de startups, elas vão ajudar muito nesse processo.

É possível ver a oferta que existe no mercado de novas tecnologias, que estão mudando vidas e transformando a maneira com que se fazem os negócios. Nesse contexto, o papel do CIO extrapola a tecnologia. Seu papel passa a ser de influenciador. Deve influenciar as demais áreas nesse caminho. E esse é o papel protagonista que deveríamos assumir dentro da organização para ajudar nesse novo desafio.

LI – O que você acredita que as startups precisam ter para oferecer essas inovações?

RP – As startups ainda necessitam atingir maior grau de maturidade. Elas apresentam grandes ideias inovadoras, mas muitas vezes não têm a robustez ou estrutura para entregar seus produtos e/ou serviços em escala. Ainda existe uma questão de estruturação da forma como elas podem prestar o serviço. De como podem de fato ajudar as organizações a inovarem e a transformarem seus processos.

Ainda vivemos em um cenário um pouco incipiente, o que é natural, por ser um movimento ainda relativamente recente. Vemos grandes empreendedores com excelente visão, mas que não conseguem materializar com segurança a prestação de serviço para grande escala. É importante balizar bem isso. As startups precisam avaliar como poderiam se estruturar melhor para fazer uma oferta que, mesmo que seja escalável, consiga entregar o serviço ou o produto que está sendo contratado de uma maneira efetiva, segura e com qualidade.

LI – Quando você fala de capacidade de entrega e robustez, você fala na questão do produto ou de modelo de negócio?

RP – De modelo de negócio. Do aspecto customização e adaptação, as startups têm bastante preparo e agilidade, mas conseguir fazer a entrega daquilo que você está contratando é um dos pontos de atenção. É preciso entender até onde conseguem investir nas estruturas para oferecerem um serviço que seja escalável para o contratante.

As startups necessitam ter uma estruturação mínima. É preciso olhar como o mercado tradicional opera e avaliar como podem ampliar este grau de maturidade para o mercado. Isso possibilitará a ampliação rápida de sua atuação e seus negócios.

Confira o estudo completo Liga Insights com o tema IT Startups

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