Entenda os fundamentos da tecnologia big data e os desafios que surgem com o seu uso, tanto para a coleta de dados quanto para privacidade.
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Por: Kadu Penuela / Blogueiro da Techwarn | Blog com as últimas novidades sobre tecnologia
Hoje ao acordar pela manhã, na tela de bloqueio de meu smartphone, fui alertado sobre o trânsito até minha consulta com o médico que havia marcado. Levantei, me arrumei, e ao pegar o aparelho o aplicativo da Uber já havia sido sugerido, assim como meu podcast favorito para escutar no caminho. Com um comando de voz, pedi que o carro fosse chamado, e as luzes da casa desligadas – eu demoraria para retornar.
Por desencargo de consciência, resolvi verificar se havia tido contato com alguém com COVID-19 nos últimos dias usando um aplicativo oficial que baixei recentemente. Depois, abri meu aplicativo de fintech que me ofereceu uma oportunidade de ouro de investimento (que aceitei de imediato, preciso aumentar o fluxo de caixa de minha empresa) e cheguei no consultório satisfeito com minha segurança e otimização.
Como exatamente essa manhã tão otimizada e personalizada aconteceu? Que tecnologias invadiram minha vida quase que subliminarmente e ao mesmo tempo permitiram transformações tão poderosas?
A vontade de conhecer esse mundo e talvez aplicar essas técnicas em minha própria empresa aumentou. Assim como aumentou a minha preocupação, será que minha segurança digital estava protegida durante todo esse trajeto?
E o resultado desse turbilhão de ideias é esse artigo, que irá te explicar o que é big data, como esse conjunto de tecnologias está em 2020, as promessas para o futuro, e também o lado tenebroso de seu uso indevido.
Já adianto que nem tudo são flores, mas peço que o leitor não tenha medo – para aqueles interessados em ingressar nesse universo, mas que possuem preocupações com a privacidade, aprender o que é VPN e como controlar seu rastro no mundo digital são um bom começo para explorar a big data em segurança.
Esses são os 5 pontos que moldam e direcionam as tecnologias que conhecemos como big data. É o conjunto de técnicas de TI e software que fazem uso da coleta de dados e seu eventual processamento para transformar serviços e marketing.
Por exemplo, através de um smartphone, uma série de dados podem ser obtidos: Localização, horários ativos, aplicativos favoritos, histórico de navegação, trajeto, contatos, calendário, fotos, etc. Esses dados podem revelar uma série de verdades sobre o usuário – algumas que nem mesmo ele tem conhecimento.
Um supermercado poderia usar esses dados para oferecer descontos personalizados, um aplicativo de transporte poderia criar rotas mais eficientes percebendo o padrão de movimento de usuários em um bairro, um anunciante poderia mostrar seu produto especificamente para pessoas que com certeza iriam se interessar na categoria, e esses são apenas os exemplos mais básicos de uso de big data.
A coleta de dados essencial para as tecnologias de big data embora extremamente valorosa, também é o grande desafio de todo o processo. Seja ao coletar dados de um único usuário, ou ao processar dados acumulados de diversas fontes, o grande volume de informação bruta que deve ser armazenada e coletada chega a casa dos assustadores quintilhões de bytes.
É por isso que diversas empresas grandes como a Microsoft e IBM oferecem servidores e programas robustos para fazer o processamento das informações, enquanto startups inteligentes criam soluções locais e personalizadas que buscam resolver um problema específico, por exemplo, elaborar uma estratégia de marketing para uma loja do Instagram baseada em big data.
O esforço vale a pena. Em 2020, empresas contam com 3 categorias de dados que mudam completamente suas estratégias e lucro:
O conjunto dessas tecnologias dá origem a feeds de redes sociais com anúncios otimizados, empresas que operam com custos baixos, aumento da satisfação pessoal, e serviços inteligentes personalizados ao usuário.
A era da informação nos trouxe o mundo conectado que permite as estratégias de big data. É impossível imaginar nosso cotidiano sem redes sociais, smartphones e comunicação constante. Mas nessa realidade, acabamos perdendo um direito fundamental da vida humana, a privacidade.
Críticos ao uso de estratégias de big data apontam a grande vulnerabilidade de possuir todas as nossas vidas analisadas e processadas por gigantes da tecnologia. Na pior das hipóteses, Estados totalitários distópicos poderiam surgir, e na melhor das possibilidades, corporações ganham um enorme controle sob nossas vidas. E não duvide da eficiência dessa coleta de dados, empresas como a Target conseguem identificar usuárias grávidas antes que a própria cliente saiba que está em gestação.
O vazamento acidental dos dados pessoais, ou o uso indevido dessas informações, inclusive para manipular o resultado de eleições ou prender o usuário em bolhas de fake news, levantaram os debates modernos sobre o Facebook, Amazon, Apple, e Google, além de criar novas leis como a GDPR na Europa que tentam controlar e monitorar o uso de big data pelas gigantes da tecnologia.
A boa notícia é que não precisa ser assim: Técnicas de privacidade diferencial, coleta agregada e estatística, processamento local usando redes neurais, e ferramentas de privacidade digital, podem nos fornecer o melhor dos dois mundos: Startups e tech giants com serviços eficientes e personalizados, e a segurança e privacidade de nossos dados digitais. Cabe a essa geração de empreendedores e consumidores criar os moldes que irão definir a mais nova revolução tecnológica, que transforma todo tipo de serviço, até mesmo os planos de saúde.