Além de agregar valor ao cliente final, a servitização tem impulsionado o surgimento de novos modelos de negócios no setor de construção civil e, neste cenário, as startups têm assumido um papel de destaque ao trazer propostas inovadoras. De 2019 para 2020, houve um crescimento de 23% na quantidade de construtechs e proptechs ativas no Brasil, conforme revela mapeamento realizado pela Terracota Ventures. Das 702 startups, a maioria (33%) está voltada à jornada de aquisição.
É o caso da FIX. Quadrado, CEO da startup, conta que, inicialmente, o modelo era exclusivamente business-to-consumer (B2C), mas a dificuldade em tracionar o negócio fez a startup buscar no setor imobiliário uma forma de alavancar as vendas através de parcerias.
“A FIX criou um sistema para organizar a área de assistência técnica das imobiliárias, intermediando o contato entre inquilinos e proprietários. Por meio de APIs instaladas em seus canais, seja site ou aplicativo, o inquilino registra as informações sobre o ocorrido no imóvel – como fotos e vídeos – e solicita o reparo a ser feito”, explica o empreendedor. “Logo que chega o pedido, nossa equipe avalia de quem é a responsabilidade, informa qual é o serviço necessário e faz a visita técnica digitalmente. Depois de identificado o problema, nós recebemos propostas da nossa rede de prestadores e apresentamos três opções para o problema do inquilino. Isso resolveu um problemão para as imobiliárias, que gastavam muito tempo para solucionar essas questões.”
Atualmente, a parceria com imobiliárias representa 60% da receita da FIX. Outro exemplo é a proptech EasyDeco, plataforma que oferece projetos de decoração online a preços acessíveis e que, atualmente, atua em conjunto com a TokStok. A CEO da startup, Miriam Yocoyama, avalia que a parceria entre startups e grandes players do setor de construção civil gera retornos positivos para ambos os lados.
“No fim, para os varejistas e para a indústria nós funcionamos como um canal para conseguir acessar clientes que estão no momento certo, o que sabemos que não é frequente”, explica. “Eles já experimentaram o produto na casa deles, com quase zero chance de errar porque já viram, já foi recomendado, sabem que combina, então é um canal de clientes de alto LTV, alto valor.”