Desde que a quarentena imposta pela COVID-19 se tornou realidade também no Brasil, temos visto análises e impactos para as PMEs.
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Por: Thiago Iglesias / Gerente de Aceleração na Liga Ventures
Desde que a quarentena imposta pela COVID-19 se tornou realidade também no Brasil, temos visto muitas discussões e análises sobre quais serão os impactos do momento atual no futuro das empresas. Apesar de estarmos cientes que esse cenário impacta companhias de todos os portes, neste artigo gostaria de abordar os desafios e possíveis estratégias para que as pequenas e médias empresas (PMEs) possam superar este momento de crise.
E por que é importante falarmos das PMEs? Creio que a questão principal envolve o mercado de trabalho. Ao analisarmos dados divulgados pelo Sebrae no ano passado, por exemplo, é possível observar que, dos 14 milhões de empreendimentos existentes no país, 98% correspondem a pequenos negócios. Além disso, os pequenos negócios são responsáveis por mais da metade dos empregos formais do país, em alguns estados essa participação chega próxima de 70% dos postos de trabalho.
Está claro, por sua vez, que as PMEs não possuem a mesma estrutura de uma grande empresa e muitas delas não podem, por exemplo, contar com departamentos segmentados focados em temas específicos, como finanças, contabilidade, tributos ou assuntos jurídicos. Nos pequenos e médios negócios, muitos desses assuntos são responsabilidade de uma única pessoa, ou de um grupo reduzido de colaboradores que equilibra essas atribuições com outras do dia a dia, como a gestão de pessoas, atividades operacionais ou o relacionamento com clientes e fornecedores.
Dentro deste contexto, de recursos – humanos e financeiros – mais escassos e estrutura enxuta, a inovação e a tecnologia assumem um papel decisivo que podem ajudar as PMEs a superar o momento atual do mercado.
Como exemplo, podemos citar, primeiramente, iniciativas públicas como o portal Vamos Vencer, do Governo Federal. Essa iniciativa possibilita que empreendedores encontrem todas as medidas de auxílio em vigor neste período de crise e conta com atualização frequente, conforme a aprovação de novos projetos, e pode ser um ótimo parceiro estratégico do empreendedor.
Pensando em soluções disponíveis no mercado para as empresas do comércio que ainda não possuem um site ou uma estrutura de vendas online e estão sendo altamente impactadas com o fechamento dos estabelecimentos e shoppings centers, startups como a Munddi lançaram campanhas de apoio que facilitam e barateiam a migração para um modelo de comercialização totalmente digital.
O controle financeiro é outro ponto especialmente sensível em qualquer PME neste momento de crise, afinal, quase tudo está relacionado às finanças: vendas, gestão de estoque, RH, funções administrativas, entre outras. Por esse motivo, é crítico realizar um controle minucioso das finanças da empresa, registrando todas as despesas e receitas, sempre com a premissa de não misturar as contas pessoais com as da empresa – um dos motivos que podem levar muitas pequenas empresas à falência. Soluções digitais como as da Omie, ContaAzul ou QuickBooks, oferecem alternativas que facilitam essas tarefas para o empreendedor e profissionalizam a gestão da empresa.
Vale frisar que, com o avanço da tecnologia, cada vez mais temos soluções eficazes, acessíveis e, em muitos casos, gratuitas, criadas exclusivamente para os pequenos negócios. Só nesse post, o Liga insights reuniu mais de 40 ferramentas que podem auxiliar com atividades que vão desde o cadastro de produtos e controle de estoque, até a gestão do fluxo de caixa e controle de pessoal.
Para finalizar, deixo duas recomendações de livros que podem ajudar empreendedores a entender e superar o cenário gerado pela pandemia do COVID-19: A Lógica do Cisne Negro, de Nassim Taleb, e O Lado Difícil Das Situações Difíceis, de Ben Horowitz. No primeiro, o autor trata de eventos imprevisíveis e impactantes e explica porque, devido a uma limitação do aprendizado baseado na observação e na experiência, o ser humano se depara frequentemente com situações totalmente inesperadas. Já no segundo livro, Ben Horowitz oferece a empreendedores conselhos valiosos e dicas baseadas em suas experiências práticas de como encarar problemas difíceis, problemas que, na visão do autor, as faculdades de administração e livros de gestão empresarial não abordam.
Com o apoio da tecnologia e a busca constante de novos conhecimentos, tenho certeza que podemos superar o cenário atual e, inclusive, abrir possibilidades para um novo mercado mais aberto para a inovação.
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Sobre o Follow-On:
Com uma rede que já conta com mais de 90 parceiros, o Follow-on é uma iniciativa organizada pela Liga Ventures que tem como objetivo reforçar a crença no ambiente empreendedor e de inovação do Brasil diante do cenário atual. O Follow-on quer contribuir para a discussão de uma Agenda Positiva de retomada, pautando as ações de inovação com startups como algo fundamental também em momentos de crise. A nossa rede está organizando uma série de apresentações de pitches de startups, conteúdos especiais, painéis com especialistas, cases estruturados, artigos de opinião, entre outros formatos para que possamos fundamentar ainda mais nossas decisões para uma Agenda Positiva de retomada.
Sobre a Liga Ventures:
Criada em 2015, a Liga Ventures é uma das maiores aceleradoras de startups do país e pioneira no mercado de aceleração corporativa e corporate venture, com parceiros como Porto Seguro, GPA, Banco do Brasil, Brink’s, Embraer, Mercedes-Benz, TIVIT, Saint-Gobain, Unilever, Vedacit, Souza Cruz, Suvinil, Bauducco, Ferrero, Colgate-Palmolive, Unimed FESP e Sodexo. A Liga também já acelerou mais de 200 startups nos ciclos de aceleração e criou mais de 25 estudos inéditos por meio do projeto Liga Insights, apontando startups que estão inovando nos setores de AutoTech, Retail, Tecnologias Emergentes, HR Techs, Health Techs, IT, Real Estate, Food Techs, MarTechs, AgroTechs, EdTechs, entre outros.