Conheça um passo a passo para avaliar as oportunidades e desafios na hora de construir a estratégia de inovação aberta da sua empresa.
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A importância do papel de estruturar e trabalhar uma estratégia de inovação aberta dentro das empresas já está claro e bastante evidenciado. No entanto, não é simples identificar por onde e como começar a trabalhar com este modelo e, neste processo, é natural que surjam incertezas.
Dentro deste contexto, quem mais sofre é o nosso “Indiana Jones” – aquele que carrega a bandeira da inovação dentro de sua companhia. Ele tem a missão de repercutir e engajar a corporação nos processos de inovação aberta.
Nesta jornada, o embaixador muitas vezes se questiona: será que vou conseguir resultados? Será que startups solucionarão, de fato, meu problema? Será que consigo encontrá-las e conseguiremos gerar negócio?
Se você tem essas dúvidas então, esse material é para você, e todos aqueles que de alguma forma estão envolvidos ou gostariam de se envolver nessa empreitada.
Expectativas desalinhadas, modelos inadequados para a realidade da empresa, execução ruim. Essas são algumas das possibilidades de falha durante o percurso em busca da inovação corporativa.
Sendo assim, meu foco com esse artigo é ajudar lideranças e responsáveis por inovação a minimizarem as chances de falha e potencializarem as iniciativas de execução da estratégia de inovação aberta.
Antes disso, gostaríamos de te apresentar o conceito de stack. Amplamente empregado na área de tecnologia para desenvolvimento de software, o termo faz menção ao grupo de ferramentas que um determinado desenvolvedor utiliza em uma aplicação.
Aqui está sendo empregado com o objetivo de definir o conjunto de modelos, processos e ferramentas indispensáveis para que se percorra a jornada de inovação aberta.
O stack de inovação é importante por alguns motivos:
Compilei aqui as principais camadas de uma jornada para que você consiga tirar a inovação do papel:
Atenção: não comece sua estratégia de inovação aberta por essa última camada. Para gerar reconhecimento de marca com atributos de inovação é importante ter uma estratégia clara e bem definida de como a inovação será trabalhada na empresa antes de tudo. Caso contrário, há risco do chamado “teatro da inovação”.
Deverão ser consideradas 3 perspectivas na construção do stack de inovação dentro de uma empresa:
O alinhamento das expectativas com a alta gestão é fundamental, porém frequentemente não elaborado da forma correta. Portanto, comece sua jornada perguntando o que os executivos da sua corporação entendem por inovação aberta. Para começar, sugerimos o uso da matriz de ambição publicada na Harvard Business Review.
Ela foca em 3 pontos:
Esse é um bom ponto de partida que pode ser apresentado ao conselho administrativo e lideranças da empresa sobre como a estratégia de inovação será posicionada. Minha dica é que você experimente um pouco de cada camada, atribuindo pesos para cada uma delas de forma que reflitam a estratégia de inovação aberta a ser adotada.
Para cada ambição há um conjunto específico de modelos/componentes que melhor entregam aquele resultado esperado, conforme ilustrado no quadro abaixo:
Para o alinhamento de expectativas, desenhe um plano de ação considerando os stacks mais adequados. Quando estiver apoiando a companhia na transformação digital das áreas internas, por exemplo, tente expor aos gestores o maior número de startups e tendências possíveis. Posteriormente, defina os stacks necessários para atingir seu objetivo. No exemplo do quadro abaixo, optamos por nos engajar com hubs temáticos e conteúdos setoriais: Mas como medir tudo isso? Na camada core, podemos olhar de forma mais pragmática e analisar, por exemplo, como reduzir custo e ganhar eficiência. Já na camada adjacente, quantidade de produtos lançados poderia ser uma das formas de medir resultados. Por fim, na camada transformacional, os resultados não são tão tangíveis. (saiba mais como medir o ROI de inovação)
Na jornada de inovação aberta existirão muitas barreiras às iniciativas que tentarão ser postas dentro de uma empresa. Muito porque estamos falando de uma mudança radical de modelo mental e de comportamento.
Abaixo, compilamos as principais barreiras, dividindo-as por temas: Barreiras Estratégicas, Culturais, Processuais ou mesmo Estruturais.
Para cada barreira de inovação da corporação é necessário trabalhar estratégias específicas. Oferecemos alguns exemplos:
Aplicamos, aqui na Liga, o conceito de jornada para mapearmos os passos que são percorridos por uma corporação no seu caminho rumo à inovação aberta. São 5 etapas:
Para exemplificarmos tudo que discutimos aqui, trouxe, por fim, a análise de dois cases de clientes da Liga Ventures:
A primeira etapa da jornada foi trabalhada muito forte em universidades e hackathons. Além disso, contou com incubadora interna em que os próprios funcionários criaram startups com trabalho forte de formação.
Na segunda etapa da jornada, foi elaborado um portal de desafios em que as empresas que trabalham com mobilidade puderam propor projetos (Portal Movendo o Mundo).
Na terceira etapa da jornada, a Mercedes desenvolveu uma parceria com a Câmara Alemã de Comércio, fazendo matches com startups através dessa parceria.
Adicionalmente, a Mercedes trabalha com a Liga Ventures no programa Liga AutoTech – hub de mobilidade e do setor automotivo da Liga – para encontrar soluções e também desenvolver provas de conceito, pilotos e gerar resultados.
Com isso, reverbera suas iniciativas e posiciona a marca no ecossistema de inovação, patrocinando e participando de eventos setoriais.
Na primeira camada, a Porto Seguro trabalha com algumas frentes. A primeira é a Preciso Inovar, semana da inovação que traz a empresa toda para falar de inovação e tendências. A empresa desenvolve também a Maratona da Inovação com funcionários, para experimentarem ferramentas de inovação e criarem produtos.
Por sua vez, as Pílulas de Inovação, que são pequenos conteúdos passados em horários específicos, têm o objetivo de despertar interesse e informar funcionários.
Na segunda camada, existe o programa de Mentor Por um Dia, no qual executivos mentoram startups. Há também os programas de pré-aceleração. A Porto Seguro trata aquele conjunto de funcionários como se fossem startups, no qual os funcionários trabalham por 3 meses desenvolvendo um Mínimo Produto Viável – MVP.
Há ainda um funil de startups no qual, dado problemas e dores da Porto Seguro, o time de inovação vai ao mercado procurar empresas que possam endereçar essas dores.
Por fim, na camada de resultados, vale reforçar que a Porto Seguro é amplamente reconhecida pela Oxigênio Aceleradora, desenvolvida em parceria com a Liga Ventures – em que a empresa acelera e investe em startups. A empresa também oferece eventos abertos para o ecossistema de inovação.
Nos dois cases, há componentes de stacks de inovação distribuídos entre as várias etapas da jornada. Se a sua empresa está começando sua caminhada dentro deste contexto, é natural que as primeiras etapas estejam cobertas, mas é importante reforçar que corporações de sucesso atuam de maneira constante em todas elas!