Descubra os segredos da inovação no iFood revelados por Marcos Gurgel, e aprenda como aplicar essas estratégias na sua empresa.
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Qual é o segredo de tanta inovação feita pelo iFood? A resposta veio nesta quarta-feira (21/agosto), na palestra de Marcos Gurgel, diretor de inovação da empresa, durante a 3° edição do Liga Network Experience, uma série de encontros realizados pela Liga Ventures para troca de experiências e boas práticas sobre gestão e estratégia de inovação.
Gurgel, que tem especialização em inovação e experiência em negócios tradicionais e em venture capital, trouxe inúmeros dados de pesquisas para reforçar a importância da inovação para o sucesso das empresas.
Entre eles, apontou um estudo da McKinsey que diz que apenas 6% das lideranças estão satisfeitas com os resultados obtidos por suas companhias ao inovarem. Em contrapartida, sinalizou a crescente importância do tema para líderes, conforme um relatório da BCG.
A tese do diretor do iFood é que falta às empresas coragem para inovar com constância e disciplina no processo para extrair os melhores resultados.
O time da Liga Ventures compilou aqui 5 insights da palestra de Marcos Gurgel no Liga Network Experience:
Jet skis são o modelo de inovação adotado pelo iFood e inspirado fortemente pelo livro “Working Backwards”, que narra como a Amazon desenvolve novos produtos e serviços.
Ele pressupõe que a empresa terá o transatlântico (o core business) rodeado de pequenos testes ágeis, como jet skis, cujos pilotos têm total autonomia para conduzir os novos negócios na tentativa de validá-los.
No iFood, os jet skis são a base de experimentação de novos produtos e serviços, sempre conduzidos por uma equipe multidisciplinar de ao menos 4 pessoas e com total autonomia.
Essas estruturas podem responder à diretoria de inovação ou a outras áreas da empresa, ou seja, é um modelo de inovação distribuído.
Segundo Gurgel, as empresas mais inovadoras do mundo são as que o fizeram com constância.
Disciplina é fundamental para extrair os melhores resultados ao inovar, derrubando a crença de que são as melhores ideias que vencem.
Por isso, o diretor do iFood defende que a empresa revise seu plano estratégico com muita rapidez (lá é feito a cada 6 meses, com uma imersão de 1 semana apenas pela liderança). Em seguida, os jet skis são reorientados, com testes feitos a cada 3, 6 e 12 meses.
Marcos Gurgel compartilhou que o iFood tem hoje +40% do resultado do negócio vindo de linhas de receita criadas de maneira adjacente ao core de marketplace de restaurantes.
Ou seja, inovar traz retorno! Vale ressaltar que é uma empresa de apenas 13 anos de vida e que recentemente anunciou seu braço de fintech para restaurantes, o iFood Pago.
Para que isso seja possível, os jet skis da área de inovação se dedicam a desbravar soluções para os próximos passos da companhia, enquanto que as áreas de negócio focam no curto prazo, otimizando o business principal.
Como comparativo, estima-se que a Apple registre até 7% de sua receita vinda dos Airpods, produto que nasceu como um acessório dos populares iPhones.
80% dos projetos de jetskis morrem. Parece um número chocante para muitos gestores de projetos, mas foi tratado com naturalidade pelo diretor do iFood.
Segundo ele, o segredo é não se apegar às iniciativas que não decolam, pivotando e repriorizando rápido para “colocar mais gasolina no que importa”.
Com uma taxa de insucessos “alta” – aliás, índice também reforçado durante um episódio do LigaCast por Charles Schweitzer – então diretor de inovação do Carrefour e hoje CEO da Tanto -, o segredo é alargar a boca do funil, trazendo muitas ideias para ter uma boa amostra para avaliar quais avançam, segundo Gurgel.
Se jet skis dão certo como modelo operacional e gestão da inovação, deve-se muito ao fato de serem pilotados por colaboradores com muito comprometimento e garra, além de incentivos claros para quem se arrisca.
Para o diretor do iFood, o desafio é ter pessoas comprometidas com fazer acontecer, mesmo que os projetos não evoluam.
Aliás, um dos segredos é uma constante governança do pipeline de jet skis, com aumento do topo do funil para captar centenas de ideias e ser muito crítico no que avança para ganhar mais recursos.
Ao mesmo tempo, o trabalho com startups ajuda a amplificar o potencial e volume de ideias, servindo tanto para resolver dores das áreas de negócio quanto atacando novas oportunidades através do time de inovação.
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